"Penso que este é um avanço emocionante", disse a professora Uta Frith, do University College London, na Inglaterra. Segundo a professora na maioria dos estudos encontramos apenas sutis diferenças nas pessoas com Autismo de Alto Funcionamento e que por isso é impressionante encontrar uma grande diferença. As conclusões podem ajudar a orientar futuras investigações sobre as causas do autismo e levar a novas formas de diagnóstico que não a simples observação, como é feito hoje em dia.
O artigo também fala sobre pesquisadores da Baylor College of Medicine, em Houston que acreditam já terem identificado uma marca fisiológica específica da Síndrome de Asperger (que é uma forma de Autismo de Alto Funcionamento). Read Montague, Pearl Chiu, e os seus colegas radiografaram os cérebros de adolescentes com Síndrome de Asperger enquanto participavam de um jogo sobre confiança mútua. O Estudo foi publicado em 2006.
No jogo, uma pessoa, chamada “investidor”, escolhe uma quantia em dinheiro para enviar a um segundo jogador, o “administrador”. O dinheiro é triplicado, e, em seguida, o administrador deve decidir quanto a devolver ao investidor. Quando jogado por voluntários normais, o jogo desdobra-se de forma muito interessante: gestos generosos são retribuídos com respostas generosas, enquanto o egoísmo inspira o egoísmo em troca.
Os pesquisadores radiografaram o cérebro, tanto do investidor quanto do administrador enquanto eles jogavam e descobriram um determinado sinal no giro do cíngulo do córtex que foi detectado apenas quando o investidor pensou em quanto dinheiro ia dar o administrador. Um segundo sinal foi visto apenas quando o investidor recebeu o dinheiro de volta do administrador.
De acordo com o estudo, as pessoas com Asperger jogam o jogo como uma pessoa não-autista jogaria, mas falta este sinal no cérebro. Nas pessoas normais, só falta este sinal quando eles pensam que estão jogando com um computador, o que sugere que as pessoas autistas vêem interações com outras pessoas de forma similar à que as pessoas normais vêem a interação com um computador.
Embora os resultados sejam animadores, ainda não é claro o que eles significam. "As pessoas pensam que os autistas têm uma falta de compreensão do parceiro", diz Chiu. "Mas talvez eles não compreendam seu próprio papel nas relações sociais". A identificação de défices específicos ligados a auto-percepção pode ajudar a responder o que correu nesse processo.
Atualmente Montague e sua equipe tentam desenvolver o seu estudo de forma a criar um teste de diagnóstico, ele afirma ainda que essa ferramenta também pode potencialmente ser utilizada para testar a eficácia de novos tratamentos comportamentais. No entanto, diz que há muito trabalho a ser feito antes que um teste assim possa ser utilizado. O trabalho no momento está voltado para torná-lo mais simples e testá-lo em pessoas com uma larga gama de QI’s, pois os voluntários de seu estudo tinham QI acima da média.
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